quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Goma arábica do Amor


Hoje é um dia especial para o meu ser. Comemora-se a data natalícia do meu amado Pônei Henrique Damião.

Lembro bem do nosso primeiro encontro.
Eu trabalhava na ABC Propaganda e estava bombando com orçamentos para uma campanha gigante. Não aguentava mais viver de luz e esperança trancada na minha sala que era praticamente um aquário. Foi aí que resolvi capturar algum alimento na lanchonete da Algar e me movimentar um pouco.

Apertada de costura, peguei um pacote de rosquinhas Mabel e retornei ao meu posto. Ao passar pela recepção, cordialmente ofereci as iguarias para a Dani, recepcionista. Ao lançar um olhar para a lateral esquerda de meu corpo, lá estava ele! Um filhote de Criativo com um piercing na sobrancelha que aguardava para uma entrevista de emprego. Naquele instante eu soube quer precisaria alimentá-lo. Um instinto maternal que prefiro considerar fraternal.

Ofereci as bolachinhas e ele pegou uma. *Aliás, existe uma divergência sobre a bolacha que participou do nosso conhecimento. Para mim eram rosquinhas e para ele eram bolachas recheadas de chocolate. Plim!

Viiva a interseção! A partir daquele dia nossa união estava selada com goma arábica do amor.

Pônei, amo-te muito! Que você continue sendo esta pessoa fantástica que traz alegria para minha vida. Prótons eternos para seu ser!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Anel Injusto



Neste final de semana rolou Triângulo Music. Estava cansada, reclamante mas acabo indo e vivendo altas peraltagens.

O relato abaixo é meio confuso. Como se tivesse sido um sonho meio sem nexo.

Na sexta, apesar de rir horrores, aparentemente foi mais comedido. Já no sábado...
Começou com a chuva. Não estava grossa, mas eu ainda não tinha me encontrado com o Grau. Aquelas gotículas em minha face me irritavam. Voltei ao normal assim que ganhei uma capa de chuva do meu compadre Salum.

Alah!
Para mim, aquela indumentária era praticamente um vestido Carolina Herrera. Eu estava exalando dentes por usá-la. Me incomodava um pouco a falta de uma fenda, pois era meio tubinho cumprido que não possibilitava passos largos. Segundo meu amado Pônei Damião, eu estava usando um traje RG. Toda plastificada!

Turma reunida, Grau presente... Estávamos ensandecidos, rindo de tudo e criando horrores.

Ao encontrar a Ana Alízia, começamos a falar sobre vôlei... Sobre seu dedo quebrado (o Quinto Metatarso Cadore)... e sem Pirlimpimpim algum, aparece nada mais que ele: Policarpo Quaresma - o escritor! Eu jurava que o nome do osso da mão era Policarpo. Até porque, existem vários ossinhos no região do pulso. Com o auxílio do Grau, eu associei o elemento de composição "poli = que significa muitos" ao nome Carpo e pronto! Policarpo Quaresma estava ali, em nossas mãos!

Seguindo as associações de palavras, vieram Policarpo, poliesportivo e assim, eu e ela começamos a jogar vôlei imaginário bem ali.

A noite e seus encantos seguiu em frente. Voltei a desfilar com meu vestido Hêueeurah modelo RG agora com uma fenda criada pela amiga do vôlei. Não sei qual foi o peso do encanto desta capa. Todos queriam rasgá-la de alguma forma. Agora era a vez do Júlio. Simplesmente a arrancou de mim. Me senti como se ele fosse um obstetra que levara minha placenta. Dr. JP jogou minha multi capa fora! Raios!

Depois do ocorrido, eu me sentia mais magra e com uma vontade de incontrolável de jogar vôlei! Mais uma partida imaginária foi realizada, desta vez no camarote. O que eu não esperava era que eu realmente tivesse emagrecido. Na hora da cortada, meu anel simplesmente voou pelo camarote e caiu atrás da mesa do buffet. Imediatamente e sem combinar nada, eu e Ana demos peixinho e nos jogamos embaixo da mesa em busca do adorno. Achamos o anel injusto ao som dos seguranças tentando nos impedir. Vitória!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Capoeira e o Muro Chapiscado


Ontem assisti uma matéria no GNT sobre o novo filme brasileiro "Besouro".
O filme foi baseado no livro Feijoada no Paraíso de Marco Carvalho e conta a história do capoeirista baiano chamado Besouro, que era protegido pelos orixás e que tinha o dom de voar.

Hoje em uma reunião na agência, comentei que queria assistir o filme para aprender alguns golpes e durante minha fala, lembrei do meu passado de pouca glória no mundo da capoeira. Na verdade, pouca glória e pouco tempo. Não passou de três dias.

Imbuída do desejo pelo exercício perfeito, percebi várias amigas praticando a arte da capoeira. Todas estavam gostando muito do exercício puxado. Elogiavam o ritmo da aula e se gabavam de seus apelidos recebidos pelos respectivos mestres na hora do batismo.

Resolvi praticar esta arte. Sempre gostei de capoeira, adoro as músicas e as histórias que contavam... Sempre que havia alguma roda eu ia assistir, ainda mais depois que tantos amigos começaram a participar.

Fui super bem recebida pelo meu mestre. Ele me falou sobre o ritmo da aula e que era para eu ser persistente, pois muitos desistiam nos primeiros dias. Aceitei o desafio pensando na frase: "Desistir é para os fracos!"

Primeira aula foi cruel. Muito exercício físico até chegar nos quinze minutos de roda que era o que eu queria. Me peguei várias vezes usando a frase dos fracos para me animar. Eu a repetia como mantra durante a corrida de 30 minutos, durante as 114 séries de um exercício que nos fazia pular e nos jogar no chão e nas flexões de braço com quantidade eterna. Quando eu estava quase desistindo das 4 séries de 800 abdominais que meu mestre havia solicitado, comecei a fraquejar. Não queria ser fraca. Fui para casa mentalizando o sucesso do dia seguinte. Afinal era apenas a primeira aula.

Não sei porque, mas eu queria muito o nome de batismo. Só o conseguiria se enfrentasse o sedentarismo ali. Era minha chance!

Segundo dia cheguei lá parecendo um Playmobil. Bracinhos e perninhas duras. minhas lamentações arrancaram gargalhadas e palavras de incentivo do meu querido mestre. Sentindo-me aparada, fui para a segunda aula. Foi mais difícil que a anterior. Bom, era apenas a segunda aula e o mantra ainda faria efeito em algum momento.

Terceira aula. O ácido lático era mais presente em meu corpo do que o maldito mantra que eu repetia mentalmente, já fazendo modificações na frase inicial: "Desistir dos desafios pesados é prudência!"
Ao terminar a aula, eu estava um Playmobil desgovernado. Eu não coordenava meus movimentos. A vibe era boneco de Olinda bêbado e ensandecido com tendência a tentativas de suicídio. As tentativas de suicídios eram pequenos atos que pensei conseguir fazer e que sem controle do meu próprio corpo eu não conseguia realizar, tornando-se perigosos. Descer a escada com três degraus, atravessar a rua e andar em linha reta são alguns exemplos.
Ao sair do galpão, quase caí do segundo degrau por não conseguir dobrar a perna que tremia com fervor.

Tentei seguir em linha reta. O objetivo era chegar a um ponto de ônibus. Ainda bem que eu tinha as paredes como aliadas, pois eu andava arrastando meu tronco por elas para ganhar sustentação. O problema foi no momento que surgiu um muro chapiscado (aquele que os pedreiros lançam cimento através de peneiras formando espinhos agressivos). Eu não consegui desviar. Não tinha forças. Mentalmente pensei em focar todo o resto das minhas forças em uma tentativa de jogar meu corpo para o lado contrário (que era o da rua). Avaliei e constatei que poderia ser fatal. Eu realmente não estava conseguindo coordenar movimento algum. Insisti na linha reta e no muro chapiscado. Naquela altura da aventura, alguns arranhados no braço esquerdo e um pouco de sangue não eram nada perto da dor que eu sentia por todo o corpo.


Com muita sorte e auxílio do meu anjo da guarda, consegui me deslocar 2 quadras. Ao passar na frente do prédio de uma amiga, fui reconhecida pelo porteiro. Alah!!! Sempre que passava por ali eu o cumprimentava feliz e conversava com ele se possível. Como não o fiz, ele percebeu algo estranho e foi ao meu encontro. Riu um pouquinho ao me amparar e me conduzir até o interior da portaria enquanto eu contava minha saga. Me deu água e me ajudou a ligar para minha mãe. Me orientou pedir auxílio a ela. Melhor do que demorar 114 dias até conseguir subir em um ônibus.

Dias depois fui no galpão me despedir do mestre. Apesar do fracasso, consegui que ele me desse um nome, mesmo sem batismo. Branca.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Lagartixa Com Obesidade Mórbida


Sempre achei as lagartixas intrigantes.
Seriam pequenos jacarés toupeiras? Uma mutação genética ou uma ausência de evolução que as fizeram permanecerem com hábitos noturnos, anãs e a viver em jardins e paredes de residências?
Será que elas sofrem de fotofobia e não interagem com a luz solar ou se o fazem são atacadas pela lei da cadeia alimentar?


Nestes últimos tenho convivido com uma lagartixa que acredito sofrer de obesidade mórbida. Geralmente ela surge pela parte superior da janela da sala de televisão por volta das 23:00.
Ela ataca algum inseto com destreza e se escondeu em seguida. Eu, até aí, nutri admiração por ela.


A primeira vez que a vi, em um curto espaço de tempo uma série de pensamentos me fagocitou e eu até dei uma identidade para o jacarezinho: Salete! É seu nome! E eu pensava: _Nossa, Salete é ágil. Como ela foi rápida para caçar aquele inseto! E que bom que ela o fez! Evito despesas com inseticidas. Fica bom pra todo mundo, para mim e para Salete!

Nas noites posteriores, comecei a me preocupar com uma possível queda do ser caçador. Ela atacava com um notável dificuldade e seu corpo apresentava um tamanho elaborado. Com a atuação da força g seu corpo sentia uma atração mais íntima pelo chão. E esta força g cresceu durantes as últimas noites. Ontem estava praticamente elevada a décima potência. Suas ventosas não suportariam todo aquele peso.

Comecei a reagir negativamente. Deus me defenda daquele "bicho" cair perto de mim! Cruis! Esta possibilidade começou a retirar o brilho da nossa pseudo relação de protocooperação. Senti nojo!

A sensação era ruim. Resolvi amenizar o que sentia e comecei a pensar como uma bióloga. Comecei a imaginar uma operação de redução de estômago na Salete. Como seria isto? Será que algum biólogo que eu conheço já dissecou alguma lagartixa?! Será que fariam este experimento se eu os deixassem curiosos?! Será que é uma vibe muito Auschwitz?! Comecei a me sentir mal imaginando o pós operatório da Salete e as dificuldades que ela passaria. Melhor não!

Fui dormir. O sono era mais um disfarce que utilizei para abafar meu medo de ter algum tipo de contato com o pequeno réptil do que por vontade de dormir. Só que a tentativa foi falha. Não conseguia dormir. Pensei em fatos variados mas sempre me surpreendia realizando a cirurgia bariátrica na Salete mentalmente. Eu precisava de uma foto dela! Eu precisava compartilhar com meus amigos que aquilo não estava normal. Mais um problema na natureza e a culpa era nossa, da humanidade!

1:46 eu estava de pé, com o celular nas mãos tentando bater uma chapa do bicho. Procurei horrores e nada. Acreditei que ela interagiu com a gula e que foi embora para que em breve capturasse novo banquete em uma janela qualquer. Medo!