35

Acho que não estou completando 35 anos. No meu caso é algo fracionado, com resquícios de várias idades que ainda habitam o meu “eu interior”.

Tenho 6 anos de idade para quando viajo com amigos imaginários, quando crio apelidinhos semeantes para meus amigos, quando grito ao ver um desenho bonitinho ou algum animalzinho ternura. Sou uma criança ao correr atrás de cães que fogem da casa de amigos, ao jogar Paintball levando a sério as estratégias de ataque e ao brincar com bombinhas ninja na porta da agência fazendo aparições ensandecidas.

Aparento ter 12 anos ao ficar admirando o Sawyer do Lost e a seguir minhas séries de TV exalando fervor. Ao adorar usar tênis e a assistir desenhos animados. Ao me fantasiar de Mônica ou Hermione e me jogar nas festas à fantasia encarnando as personagens fielmente.

Sinto-me com 17 anos quando crio camarotes suspensos nas sacadas dos apartamentos, quando brinco de boate lotada com meus amigos em locais amplos e arejados. Sou uma filhote ao me interessar pelo mundo da internet, desejando ser a melhor atleta no Wii e a vencedora do Grammy no Guitar Hero. Uma guriazinha aventureira ao ser encantada com o espaço aéreo. Sempre serei amiga de Ícaro e ainda me falta voar de balão, dirigível e ultraleve.

35 anos. Não sei por que, mas não me sinto com esta idade. Se bem que não sei o que deveria sentir.

Continuarei inventando personagens e situações e as viverei com a mesma intensidade de sempre. Se as pessoas se assustarem comigo, Plim!

E permanecerei com minha “vibe” boêmia. Adoro sentar em barzinhos com meus amigos. Dias atrás rolou um mal estar durante a madrugada, depois de uma choperia. A Namorada do Grau acabou me acompanhando durante o dia todo no trabalho. Minha tia fez um comentário que me grilou: “É, Kelen... O organismo não é mais o mesmo.” Por isto estou escrevendo um post questionante. Se o organismo não é mais o mesmo então vou aprender a utilizá-lo da melhor maneira possível.

A soma de cada parte do meu “eu interior” resultou nesses 35 anos. Continuarei sendo quem sou e parar de fazer o que gosto não é opção para mim.